Tuesday, May 23, 2006

O consumidor quer “um estado de espírito”

O mundo passa por uma crise de evolução. O corpo humano é físico e foi criado para viver no plano físico – mas o fato é que as pessoas dispensam cada vez mais atenção a tudo que é virtual. E é neste cenário de ruptura de paradigma que se insere o consumidor do futuro, conforme explicou a norte-americana Melinda Davis, autora do best-seller "A Nova Cultura do Desejo", durante o evento "Os novos sujeitos", realizado nesta terça-feira pela ADVB-RS em Porto Alegre. "Vivemos num mundo que eu chamo de imaginacional. Não é fantasia, mas também não é a realidade física. Passamos grande parte do nosso dia na frente de uma tela de computador ou de uma televisão", explica Melinda. O resultado dessa mudança é a confusão mental. O consumidor de hoje enfrenta uma batalha dentro da sua própria mente: ele não entende com clareza o mundo que o cerca. "A mudança para o mundo mental nos estressa. Nosso cérebro nunca foi tão bombardeado com tantas informações", constata Melinda. Nesse contexto, a primeira reação dos consumidores é sentir raiva – o que explica o sucesso de filmes e jogos violentos, ou de músicas de estilo mais agressivo, como o hip hop. Num segundo momento, porém, acontece um acomodamento à nova situação e uma busca por alternativas para compensar o estresse. É quando o consumidor passa a perseguir o bem-estar, melhorando seu estado de espírito. "A maior preocupação das pessoas, hoje, é encontrar a felicidade. Elas buscam a ‘cura’ para o seu estado espírito", detecta Melinda. Segundo ela, as marcas que souberem satisfazer esse desejo é que terão sucesso. Nos Estados Unidos, já há companhias aéreas e empresas automobilísticas associando sua imagem à ioga e à meditação. O que elas vendem é a idéia de que são o “veículo” que leva o indivíduo ao merecido descanso. Até uma indústria de carne de porco utilizou no seu anúncio a frase "no-stress day", ou "dia sem estresse", associando o seu produto a uma alimentação leve e saudável. "As pessoas não comprarão coisas, mas o estado de espírito que elas proporcionam”, prevê a especialista. (Simone Fernandes)

(da newsletter da revista Aamnhã)

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Vê-se claramente esse exemplo nos psicotrópicos, como a cerveja ou a maconha ... você paga pelo que o produto lhe proporciona "espiritualmente".

2:46 PM  

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