Dieta do amor
Dieta do amor
Podemos entender o amor como um alimento. Ele supre algumas de nossas necessidades existenciais.
Entre elas, a principal é a de conviver com alguém que nos apreccia, nos acalma,
nos inspira, nos anima, nos conforta, nos realiza, nos compreende, cria conosco
tempos, espaços.
Semana passada senti algo estranho no meu metabolismo emocional. Não sei se eu senti falta do alimento
ou do tempero, a paixão. Ou se estava sentindo efeitos - talvez colaterais -
de um veneno que eu mesmo expeli. De qualquer forma, tanto fome quanto indigestão
ou intoxicaçção causam desequilíbrios, instabilidades. Talvez foi carência das
vitaminas do amor, do seu fermento, dos hormônios do crescimento e da felicidade
que são ativados com ele.
Carência, fome, falta, vazio. O vácuo dói, faz uma pressão talvez maior do que
as pedras de quem não errou. Não sei se eu ia murchar, rachar ou estourar. Talvez
o vício nos temperos com que o amor era deliciado. Mas, pensando nos fatos para
fazr metáforas, penso que não senti apenas síndrome de abstinência de coisas
acessórias, complementares, periféricas ou superficiais.
O vácuo em que fiquei me deu náuseas, tonturas, nós na garganta, nós nas tripas
- literalmente. Senti o gosto de ser vomitado, muito mais do que quando enjoei do alimento.
Dieta, deve-se cumprir com rigor.. No caso que me deixou mau e depois mal, meu
alimento rejeitou os corpos estranhos que apenas lambi e suguei. Descobri que
meu alimento também era meu corpo.
Eu estaava finalmente conseguindo digerir, decompor e, com anticorpos,
converter o veneno que geri ao deeixar a dieta balanceada por um cardápio variado.
A ilusão dos temperos tinha passado, e eu queria alimento. O mesmo, o que tinha
regulado meu metabolismo, meu organismo, minha saúde, meu crescimento, minha vida.
O alimento me disse que eu também era o alimento dele. E que, assim como eu
tinha enjoado, ele tinha se repugnado. Mas não há mais deste alimento para mim.
Nem a horta, nem o jardim. Nada do quintal, do pátio, quase nada daquele ecossistema.
Eu li que etiqueta é para quem não tem educação. Eu tinha jogado ambas fora,
e não gostei. E outra vez, reconstituo meu ser, reconfiguro e tento manter.
Aprendi mais do que uma sonda de endoscopia em lavagem estomacal ou intestinal,
mas me senti pior do que uma diarréia.
Eu quis experimentar, conhecer. Nem comi, mas já saí do paraíso. Os frutos do saber
causam efeitos colaterais, talvez defeitos. E imagino sem estresse se nossos paladares
ainda vão se encontrar. Porque vi também que a alimentação anunciada como saudável
não ajuda em casos de desconforto. Ou será que isso só acontece quando o alimento
vê que eu o vejo em outro banquete? A culpa do mal-estar é minha?
Teu corpo não parecia acostumado à substituição da tua dieta. Quiseste passar fome,
me disseste isto. Sei destas duas ccoisas como sei que é ruim o gosto tardio
do próprio veneno. Sei também que às vezes é do veneno que se faz o remédio.
Ou a vacina. Mas supomos que o especialista em amor seja você. Eu vejo e sinto
os problemas, mas não ouso decidir mais no caso. Não sugiro tipo chef, nem sirvo
tipo garçom. Mas lembro com muito gosto de cozinhar e comer contigo. E agora tenho vergonha.
Podemos entender o amor como um alimento. Ele supre algumas de nossas necessidades existenciais.
Entre elas, a principal é a de conviver com alguém que nos apreccia, nos acalma,
nos inspira, nos anima, nos conforta, nos realiza, nos compreende, cria conosco
tempos, espaços.
Semana passada senti algo estranho no meu metabolismo emocional. Não sei se eu senti falta do alimento
ou do tempero, a paixão. Ou se estava sentindo efeitos - talvez colaterais -
de um veneno que eu mesmo expeli. De qualquer forma, tanto fome quanto indigestão
ou intoxicaçção causam desequilíbrios, instabilidades. Talvez foi carência das
vitaminas do amor, do seu fermento, dos hormônios do crescimento e da felicidade
que são ativados com ele.
Carência, fome, falta, vazio. O vácuo dói, faz uma pressão talvez maior do que
as pedras de quem não errou. Não sei se eu ia murchar, rachar ou estourar. Talvez
o vício nos temperos com que o amor era deliciado. Mas, pensando nos fatos para
fazr metáforas, penso que não senti apenas síndrome de abstinência de coisas
acessórias, complementares, periféricas ou superficiais.
O vácuo em que fiquei me deu náuseas, tonturas, nós na garganta, nós nas tripas
- literalmente. Senti o gosto de ser vomitado, muito mais do que quando enjoei do alimento.
Dieta, deve-se cumprir com rigor.. No caso que me deixou mau e depois mal, meu
alimento rejeitou os corpos estranhos que apenas lambi e suguei. Descobri que
meu alimento também era meu corpo.
Eu estaava finalmente conseguindo digerir, decompor e, com anticorpos,
converter o veneno que geri ao deeixar a dieta balanceada por um cardápio variado.
A ilusão dos temperos tinha passado, e eu queria alimento. O mesmo, o que tinha
regulado meu metabolismo, meu organismo, minha saúde, meu crescimento, minha vida.
O alimento me disse que eu também era o alimento dele. E que, assim como eu
tinha enjoado, ele tinha se repugnado. Mas não há mais deste alimento para mim.
Nem a horta, nem o jardim. Nada do quintal, do pátio, quase nada daquele ecossistema.
Eu li que etiqueta é para quem não tem educação. Eu tinha jogado ambas fora,
e não gostei. E outra vez, reconstituo meu ser, reconfiguro e tento manter.
Aprendi mais do que uma sonda de endoscopia em lavagem estomacal ou intestinal,
mas me senti pior do que uma diarréia.
Eu quis experimentar, conhecer. Nem comi, mas já saí do paraíso. Os frutos do saber
causam efeitos colaterais, talvez defeitos. E imagino sem estresse se nossos paladares
ainda vão se encontrar. Porque vi também que a alimentação anunciada como saudável
não ajuda em casos de desconforto. Ou será que isso só acontece quando o alimento
vê que eu o vejo em outro banquete? A culpa do mal-estar é minha?
Teu corpo não parecia acostumado à substituição da tua dieta. Quiseste passar fome,
me disseste isto. Sei destas duas ccoisas como sei que é ruim o gosto tardio
do próprio veneno. Sei também que às vezes é do veneno que se faz o remédio.
Ou a vacina. Mas supomos que o especialista em amor seja você. Eu vejo e sinto
os problemas, mas não ouso decidir mais no caso. Não sugiro tipo chef, nem sirvo
tipo garçom. Mas lembro com muito gosto de cozinhar e comer contigo. E agora tenho vergonha.
2 Comments:
massa o post
bem interesante hehee
gostei
forte abraço e uma boa semana
Pois é essa fome doi mais em mim ou em você do que em quem acha que não tem fome... O problema q q pessoas como nós vivem atrás dessa comida tão escassa e mais preciosa q o diamante... preciso encontra-la também...
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